Dei por mim atolado até ao pescoço de pensamentos absurdos e, quando caí em mim, já não estava em mim, tinha-me perdido. Perdi-me e não me voltei a encontrar, sinto-me como se a mente estivesse completamente solta do corpo, acho que já não me serve de nada andar com um peso atrás quando ele é morto, o meu corpo em mim já não respira, limita-se a caminhar.
Abri os olhos e não consegui lembrar-me de nada em concreto, vi apenas algumas figuras esboçadas, borradas e envelhecidas pelo tempo que passara inconsciente, vi e aí sim, recordei quem eles eram. Aqueles rostos já me tinham feito sorrir um dia, tinham-me feito feliz sem que nada rompesse por aquele sentimento dentro e o matasse, esfaqueando o que tinha de mais bonito. Eram rostos que transmitiam uma serenidade e simplicidade mutuas que até fazia impressão, já não tinha ideia do que aquelas duas palavras significavam.
Os meus neurónios tinham-se morto há tanto tempo que já não conseguia sorrir ali, sozinho... Era uma dor estonteante, alucinava cada vez que tentava pôr-me em pé, cada vez que tentava lembrar-me de mim, do que tinha sido, do que tinha feito e dito, mas era uma dor em vão, já não conseguia sequer tentar esforçar o que restava da mente, sangrava e doía demais.
Esperem... Já volto, preciso ir à varanda recuperar o fôlego, aqui fechado o ar não flui, morre! Ah, voltei...
Continuando...
Sem me aperceber, fui encostando o rosto num vazio reconfortante e dei por mim a sonhar com a saudade de voltar a sentir-me bonito ao saber que alguém se havia apaixonado por mim, com a esperança de voltar a abrir o coração a outra alma, uma alma que me completasse, uma alma que se dividisse comigo. Mas eram somente sonhos, nada mais, vagos pensamentos mortos e tristes, mas aos quais dava valor, talvez por ainda restar uma pequena pontinha de esperança e sonhava, sonhava e ao mesmo tempo uma lágrima soltava-se do olhar que dormia...
Não dava pelas horas passar, ali sentia-me seguro, encontrara ali um porto de abrigo, onde me abrigara para sempre, és o meu porto de abrigo, seguras-me a mão e as horas passam mais depressa! Era um colo macio e suave no qual eu podia chorar e rir, gritar e desesperar, olhar e permanecer em silêncio, era um aconchegante suspiro, um abraço quente e envolvente, era um rosto querido...
Guardaste-me em teus braços e auto proclamaste-te o meu Anjo da Guarda e eu apenas sorri, como resposta voltei a deitar-me entre essas asas que me apanharam do chão, me alimentaram e fizeram de mim um protegido... O teu protegido.
És agora grande influência e acho que a partir do momento em que entras-te na minha vida, foi para sempre, mesmo que quando o fim do eterno chegar estejas presente como uma muito boa recordação, serás sempre aquela pessoa com quem mais me identifiquei...
Estou em casa e passei uma tarde bem agradável, passei-a contigo, mas não foi preciso muito para que a tarde piorasse a olhos vistos quando o coração entrou em conflito com a mente, não sabia o que fazer e então as palavras saíam-me sem que eu quisesse, só disse merda, era merda atrás de merda e o coração cada vez batia mais depressa, só queria sair dali, não estava bem naquele lugar pútrido e demasiado alegre para mim, apenas queria poder fechar os olhos e acordar num lugar longínquo e onde apenas estivessem duas pessoas: Eu & Tu...
Contigo não consigo lembrar nada daquilo que me esventra o pensamento, sou feliz. Sem ti, tudo bate forte e ao mesmo tempo, a mente vomita desgosto, sinto-me lixo em relação à imensidão do mundo...
Perdi-me de mim mesmo e só tu me ajudas-te a procurar, mesmo em vão, porque ainda não conseguimos encontrar-me, mas és a minha mão de apoio, o sorriso e a verdade quando são precisos, o carinho e a compreensão.
Não sei de mim, mas contigo estou seguro, sinto-me seguro, mesmo que não to diga é a mais pura verdade. Sinto toda a tua segurança que invade qualquer pequeno pormenor, e olho para ti, agarrando-me a mão e levantando-me do chão...
Mesmo não te dizendo o que sinto, é a ti que devo muito de mim, hoje, és a ajuda, a amizade, o suporte, o Anjo, o olhar e o pensamento quando mais preciso de alguém e mesmo sem te aperceberes, tornas os meus dias em algo bom de ser vivido, sem te aperceberes, o brilho do olhar renasce e o mórbido pensar deixa de existir... Não é falando que dou valor às pessoas, é somente com simples gestos e acções que dou a entender o quão importante alguém é para mim... Para ti, está escrito, e somente um puro toque, um abraço, pode traduzir tudo aquilo que está preso no meu coração...
Não te quero perder, tenho medo que um dia passe a mera recordação, tenho medo que esse dia chegue depressa demais, és tudo aquilo que eu preciso agora, és quem eu preciso agora, não te posso perder e não quero que me percas a mim, pois o saber que significo tanto para alguém é o que me faz respirar, ainda...
Adoro-te!
[Peço desculpa pelo texto ser tão grande, mas precisava de muitas palavras para poder descrever aquilo que estou a sentir neste momento e é uma forma de agradecimento a alguém que me tem ajudado demais]
...enquanto me perdia de mim mesmo alguém me estendia a mão...
domingo, 15 de março de 2009
Perdi-me!!!
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