quarta-feira, 18 de março de 2009

Audi A3 Quattro 1.9 183cv...

Acabo de trazer para a minha garagem esta nova coqueluche da marca premium do grupo VAG. 12:45, saída para almoço, 3 ocupantes, rolamento lento para nivelamento da temperatura dos fluídos. É o tempo necessário para me familiarizar com a posição de condução (na verdade é tão natural e adequada que nem necessita de habituação), e apreciar os detalhes que distinguem esta gama, como os acabamentos em alumínio, os pedais, manómetros, bancos, enfim...Por falta de paciência optei por desligar a consola com o rádio.
Nota-se ao trocar as primeiras relações que a embraiagem é reforçada e exige habituação em baixos regimes, já a caixa é precisa e anormalmente suave. Surpreendente é o nível de conforto oferecido pela suspensão, firme mas nada seca, a ultrapassar as irregularidades disfarçando-as, mais “soft” do que um A4 S-Line.
Começo a “rolar” em ritmo mais vivo, e ensaio o controlo de estabilidade numa zona de piso “vidrado” com um guinão no volante acompanhado de uma solicitação generosa em 2ª velocidade, começa a sair ligeiramente de frente e depois a ajuda electrónica “põe tudo nos eixos”. Desliguei o dito apetrecho logo de seguida!
Ao esmagar a 2ª velocidade o empurrão é firme mas “redondo” e progressivo, aumentando a vivacidade com a subida de regime, este motor pauta-se pela firmeza e elasticidade. Surpreende mais quando vamos passando para as relações mais longas, bem escalonadas (as 6), em que o fulgor se mantém e o velocímetro é “atirado” para valores entusiasmantes, a ritmos de fazer lembrar máquinas do segmento GT. Para “Hatchback” é muito poderoso e consistente.
Um teste superficial e nada insistente à travagem revela coerência com o conjunto, forte e progressiva.
Chegados a um trajecto mais interessante para as capacidades deste pequeno endiabrado, é hora de aferir da dinâmica, e se as jantes de 16” podem parecer sobredimensionadas, essa sensação é contrariada por uma resposta solícita e firme da frente com capacidade de inserção em curva acima do esperado.
Ao ganhar progressivamente confiança, e a rodar em ritmos elevados, chegamos ao que parece ser o limite da aderência, apoiados na frente a sustentar aceleração em 3ª a 5000 rpm, e quando esmagamos o acelerador ao dobrar o “apex” da curva, o comportamento passa de subvirador a sobrevirador, sente-se que as rodas traseiras empurram o carro e exigem uma ligeira correcção de volante. O guincho dos pneus começa a evidenciar uma inércia lateral arriscada para condução fora de circuito, mas apesar dos “Gs” laterais a trajectória mantém-se, e a passagem para 4ª velocidade é imperativamente rápida e sem hesitações, qualquer perda de aceleração complicaria o controlo da máquina nos limites da faixa de asfalto. A máquina corresponde e saímos da curva mais rápido do que entrámos...os 3 ocupantes respiram.
Seguem-se mais umas curvas e encadeamentos, algumas necessidades de ultrapassagem, cumpridas ao ritmo de quem anda de mota, e há que abrandar, deixar o turbo e os líquidos arrefecerem antes de parar o motor, entrar no restaurante e pedir as entradas.
Em jeito de conclusão, é tudo melhor, é francamente bom, evidentemente desportivo, esteticamente bonito e discreto, com bastante nível. É caro, os Audi são caros. Mas este oferece bastante pelo preço, tem todo o equipamento, tem conforto, para o conceito é versátil, é distinto e exclusivo, e é poderoso. Consumos? Neste tipo de carro recuso-me a referir esse ponto.

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