Grão vira pedra quando despenca do vento
e fura o vão da mente fraca, débil.
Solidão é eco perdido na profundidade da alma,
e se faz amor na busca incessante.
Gota se torna vidro quando desaba do infinito,
e corta a língua medíocre, tola, insana.
Pranto é vociferação de desencanto,
e transfigura-se em corpo novo, de volúpia.
Corpo é aço e água que se fundem no nada,
e desmaterializam-se em poeira invisível.
Beijo é voz macia e grito sem rumo,
é fonte de desejo infindável e de desesperança.
Vida e nada se tornam morte e escuro,
e a morte, imponente, escarnece os vivos.
Fogo e ar se tornam encanto e sinistro,
e formam a nebulosa tragédia inevitável.
Riso e lágrima compõem a alegria do ser,
e convertem-se em tristeza incontida.
Música e poema são arte magnífica,
e viram mentira que sonega visão ao homem.
Palavra é alívio pleno do espírito,
e se faz caminho para a perdição dos néscios.
Soberba é elemento vital de pobres e iludidos,
e alimenta a fé impura dos pródigos.
Mundo e vazio são na prática a mesma coisa,
e nascem para encontrar um fim.
Desespero é condução da loucura,
e sofre mutação quando o amor rompe o silêncio.
Escuro é sombra imensa da altivez dos idiotas,
e se faz luz com a sapiência útil.
O homem deve conquistar. Tem que lutar, enfim, possuir, por si próprio, o seu futuro, pois homem e triunfo são paradoxo, assim como guerra e paz são simbiose.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
"PARADOXUM AD ETERNUM"
Postado por Carlos: às 18:08
Marcadores: "Desabafos de inquietação".
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