Escola Secundaria Artística António Arroio teve como patrono António José Arroyo (1856-1934) que, para além da sua carreira técnica como engenheiro, foi autor de obras sobre literatura, musica, artes plásticas e sobretudo inspector e estudioso devotado ao ensino técnico e a arte aplicada que então nele se enquadrava.
A génese da escola remonta a 1919, ano em que foi fundada a escola de arte aplicada de Lisboa. “ (...) um princípio de especialização já deve ser aqui introduzido; diz respeito aos alunos que pretendem dedicar-se a qualquer arte industrial. Para esses alunos exige-se o curso geral da Escola Industrial e os alunos em vez de seguirem para o grau complementar inscrevem-se numa escola especial destinada a produzir artistas das artes industriais e que se denomina Escola de Arte Aplicada, onde ao lado do desenho especializado, tem a pratica oficinal respectiva".
1-Com esta disposição legal se constituiu o mote para a construção, na capital, de uma escola exclusivamente "destinada ao ensino especializado das artes industriais". Com Roque Gameiro na direcção, desenvolveu-se este ensino por onze anos, pois que em 1930, mercê da sua pequena frequência e da implementação de uma nova "organização do ensino técnico profissional",
2-Foi a escola decretada extinta e o seu ensino integrado (em secção) numa escola industrial (a Fonseca Benevides) ate 1934, ano em que, por força do acréscimo de alunos matriculados "e pela sua natureza, independente dos restantes cursos",
3- Se entendeu necessário recriar a escola de arte aplicada.
E foi justamente neste ano, o da morte do inspector que tanto se interessara pelo ensino autónomo da arte aplicada, que se fundou, com o seu nome, a escola industrial António Arroio (arte aplicada), sedeada num edifício situado na rua almirante Barroso (junto ao liceu Camões) que havia sido construído para a escola de cerâmica António Augusto G
4-Que naquela se veio a fundir. Dirigida por Falcão Trigoso, a formação ministrada (em cinco anos) contemplava áreas profissionais de cerâmica, cantaria, cinzelagem, talha, desenho litográfico, lavores femininos e ainda habilitação as escolas de belas artes.
Com a reforma do ensino técnico de 1948, a escola passou a designar-se de escola de artes decorativas António Arroio e sob a direcção de Ferreira de Andrade, e pouco depois (a partir de 1953) de Lino António, foram introduzidos novos planos de estudo sendo que alguns deles nunca chegaram a funcionar. De facto, a maior parte dos diplomados sairam dos cursos da secção preparatória as belas artes e de desenhador gravador litógrafo, a distancia considerável dos saidos dos restantes (pintura decorativa, escultura decorativa, cerâmica decorativa, cinzelagem e mobiliário artístico). Mercê do forte incremento da frequência escolar, o espaço do edifício veio a revelar-se exíguo, havendo que desdobrar o ensino por uma secção (que funcionou numa escola preparatória), e simultaneamente, tratar do projecto de um novo edifício. Com a conclusão, em 1970, das novas instalações situadas na rua coronel Ferreira do Amaral, a escola mudou-se finalmente para o edifício que ainda hoje ocupa.
Pouco depois, em 1971, foi implementada a reforma de que resultou a reformulação dos cursos gerais e a introdução dos cursos complementares: os cursos de artes visuais foram organizados (com dois anos) nas áreas de equipamento e decoração, artes do fogo, artes gráficas, imagem e artes dos tecidos, e ainda (com três anos) numa área vocacionada para o acesso ao ensino superior. Com a revolução de Abril de 1974 e a decorrente extinção formal do ensino técnico-profissional, foram suprimidos os cursos vigentes e criados os cursos unificados (de ciclo trienal) em todas as escolas liceais e técnicas, que então foram designadas de secundarias. Como tal, também a nossa foi regularizada, passando a designar-se de escola secundaria António Arroio. Em 1980 foi criado o 12ºano estruturado em duas vias: uma vocacionada para o prosseguimento de estudos e outra orientada para a vida activa, formando técnicos de artes gráficas, meios audiovisuais, design cerâmico e metais, equipamento e desenhador têxtil. Três anos mais tarde foram criados os cursos técnico-profissionais e profissionais: os primeiros, ministrados em três anos, funcionaram no âmbito das áreas artísticas ja tradicionais e os segundos, apenas de um ano (a partir do 9ºano de escolaridade), desenvolveram-se nas áreas da cerâmica e das artes gráficas.
Mais recentemente, já em 1993, partindo da lei de bases do sistema educativo e de legislação subsequente que estabelecia a organização da educação artística, foi finalmente possível recuperar para o nome da escola a evocação do carácter artístico do ensino que sempre a distinguiu, consagrando-a na designação de escola secundaria artística António Arroio. Por portaria desse ano foram instituidos oito cursos: dois deles (cursos gerais I e II), predominantemente orientados para o prosseguimento de estudos no ensino superior, e os restantes seis (nas áreas da comunicação gráfica, comunicação audiovisual, ourivesaria e metais, cerâmica, têxtil e equipamento), vocacionados para o ingresso na vida activa. Por portaria de 1998 os dois cursos gerais foram fundidos num único, e os restantes, após terem sido ligeiramente ajustados, prosseguiram genericamente com a mesma matriz curricular.
No âmbito do actual processo de revisão curricular, estão sendo implementados (em regime experimental) quatro cursos - produção artística, comunicação audiovisual, design de comunicação e design de produto - em cujos planos de estudo continua predominante a componente de formação técnico-artística. Para alem do núcleo central de formação curricular, a escola continua a promover múltiplas actividades culturais consentâneas com a natureza do seu projecto educativo, como sejam, conferencias, encontros, seminários, workshops e exposições de tipo diverso. Afirmando-se como espaço aberto a criatividade e inovação, a António Arroio (como normalmente e conhecida) continua a revelar-se como espaço de aprendizagem onde os jovens desenvolvem livremente a imaginação e a capacidade criativa, cultivam o direito a diferença e alcançam competências que os tornam geralmente capazes, seja para o prosseguimento de estudos no ensino superior, seja para o exercício de actividades varias no campo artístico.
3 comentários:
Eheh! Fui o primeiro a comentar o teu blogue!
Tens é de escrever uns textos mais curtos!
António Arroio, a noxa paixao, o noxo amor, onde passamos os melhores momentos da noxa vida, vdd ou mentira???
saudades grands dos velhos tmps ^^
saudades tuas meu amigos, vou tentar por td pagar-t 1 cafezito ^^
bjs adr-t mt migo**********+
Olá
Frequentei as turmas de 1984 a 1986.
Posso dizer que foi a minha grande paixão e da qual tenho muitas saudades... Bons tempos mesmo... os melhores da minha vida.
Adorei ter encontrado este blogue...
Parabéns ao seu autor.
Bem haja!
Ju
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